Lina adoeceu novamente
A maldição familiar voltou a aparecer. Lina sentiu calafrios em seu quarto. Era uma sexta feira sombria, ventos a balançar as árvores, nuvens escuras no seu e no alto mar e em frente a suas janelas de frente ao mar, Lina derramava lágrimas e dores no peito. A dor de mais uma vez se recolher. Mais um momento e algo, seu presságio dizendo: alguma coisa vai acontecer Lina! E dito. Guardião novamente se comportou distante, cansado, pois, comprometido com suas tarefas, ele jamais pensaria que Lina estava cheia de sentimentos ruins. Mas, afinal, ela vidente desde que nasceu, uma alma velha, não pode negar sua sensibilidade e mediunidade para ele no calçadão da velha Ilha, da Vila Velha. Dito e feito. Ela esgotou as caixas postais dos amigos. E cansou todos com sua produção e sua intensidade de projetos falidos e desacreditados. Incapazes de trazer algo que tocasse no coração de alguém. Guardião sem entender sua sede e sua produção, se afastou e novamente se esquivou. Ela decidiu se impor. Pedir vínculo, aquilo que ele não procura.=, e melhor, não tem para oferecer, porque simplesmente ele não sonha com isso. Mas, assim, mais um verão está partindo e com a entrada do Inverno, Lina se recolhe e volta a chorar e escrever, para ela mesma. Mesmo sendo incompreendida. E ainda assim, levando sua trajetória de forma leve e com fé. Acreditando, que assim, ela vai seguindo seu caminho, mais uma vez, sozinha e incompreendida.
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